Panorama Bancário: A Solidez do Gigante Brasileiro e a Consolidação no Meio-Oeste Americano

A onipresença e robustez do Banco do Brasil

No cenário financeiro nacional, o Banco do Brasil segue reafirmando sua posição de liderança histórica e econômica. Fundada em 1808, a instituição não apenas ostenta o título de primeiro banco a operar no país, mas também se consolida como um dos pilares do sistema financeiro da América Latina e do Caribe. Os números impressionam e traduzem a magnitude do negócio: são mais de R$ 1,4 trilhão em ativos totais, o que coloca a companhia nas primeiras colocações entre os maiores bancos da região. No pregão recente, as ações ordinárias (BBAS3) oscilaram entre a mínima de R$ 22,12 e a máxima de R$ 22,53, movimentando um volume financeiro expressivo superior a R$ 293 milhões, reflexo da confiança do mercado na instituição controlada pela União, que detém mais de 50% do capital.

A capilaridade do BB é, talvez, seu maior trunfo competitivo. A instituição marca presença física em mais de 99% dos municípios brasileiros, operando uma rede que supera 4,7 mil agências. Essa infraestrutura é sustentada por um corpo funcional de aproximadamente 96 mil colaboradores, servindo uma base de clientes que já ultrapassou a casa dos 68 milhões. Além do domínio doméstico, o banco mantém uma atuação internacional estratégica desde 1941, alcançando cerca de 100 países através de rede própria e parcerias, facilitando o comércio exterior e o suporte a brasileiros fora do país.

Governança corporativa e histórico na bolsa

Pioneirismo é uma marca constante na trajetória do banco, que foi a primeira empresa brasileira listada em bolsa, ainda em 1906. Atualmente, o BB está enquadrado no mais alto nível de governança corporativa, tendo convertido todas as suas ações preferenciais em ordinárias desde 2002. A inserção no mercado global de capitais se aprofundou na última década e meia: em 2009, a instituição lançou seu programa de ADR patrocinado nível I no mercado de balcão dos Estados Unidos e, demonstrando maturidade e transparência, migrou para o Nível II em 2014, permitindo maior acesso a investidores estrangeiros.

Movimentações de M&A no mercado norte-americano

Enquanto o mercado brasileiro observa a estabilidade de seus gigantes, o setor bancário regional dos Estados Unidos vivencia um momento de consolidação estratégica. O Associated Banc-Corp, sediado em Green Bay, anunciou um acordo definitivo para a aquisição da controladora do American National Bank, de Omaha. A transação, realizada inteiramente via troca de ações, é avaliada em cerca de 604 milhões de dólares, considerando o preço de fechamento das ações do Associated em 28 de novembro, que estavam cotadas a US$ 26,29.

O movimento visa expandir a pegada geográfica do Associated Bank para os estados de Nebraska e Iowa, além de reforçar sua presença no mercado de Twin Cities. Segundo os termos divulgados, os acionistas do American National — dois dos quais detêm 99% da empresa — receberão 36,25 ações do Associated Bank para cada ação que possuem. A reação imediata do mercado foi de cautela, com os papéis do Associated registrando uma queda de 1,1% na Bolsa de Nova York logo após o anúncio, sendo negociados a US$ 25,77.

Perspectivas futuras e a nova estrutura combinada

A previsão é que o negócio seja concluído no segundo trimestre de 2026. Após o fechamento, a estrutura acionária será composta majoritariamente pelos atuais investidores do Associated, com 88% de participação, restando 12% para os acionistas do American National. Andrew Harmening, CEO do Associated, classificou a aquisição como um marco fundamental na jornada para construir uma franquia bancária diversificada e de alto desempenho no Meio-Oeste americano, focada em crescimento sustentável de longo prazo.

A fusão criará uma instituição com robustez significativa para os padrões regionais dos EUA: os ativos combinados chegarão a US$ 50 bilhões, com US$ 40 bilhões em depósitos e uma carteira de crédito de US$ 35 bilhões. A nova configuração contará com 217 agências espalhadas por Wisconsin, Minnesota, Illinois, Iowa e Nebraska, unindo culturas corporativas que, segundo os executivos, possuem um encaixe natural e complementam os esforços de eficiência operacional iniciados em 2021.